“A persistência da minha mãe em querer que eu me case levou-me a fugir de casa”

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Catarina tem 14 anos de idade, vive na localidade de Mudine e frequenta a 7ª classe na EPC de Inlugo. Catarina vivia com os pais, mas actualmente vive com a tia, na mesma localidade.

Os pais de Catarina queriam que ela parasse de estudar para se casar, porque acreditavam que ela já era crescida e com idade suficiente para ter um marido e constituir uma família. A adolescente foi persistente e teve que desafiar a mãe, pois para ela o mais importante era continuar com os estudos.

Com o rosto entristecido Catarina conta-nos a sua história: “quando eu pedisse a minha mãe para me comprar livros ou cadernos para a escola, ela dizia que isso não me favoreceria em nada, eu devia preocupar me em casar, eu chorava e dizia que não queria, mesmo assim ela continuava com a ideia fixa que estudar não me favoreceria para nada em minha vida. Nunca me comprava material escolar mesmo tendo condições para tal. Devido a persistência da minha mãe fui obrigada a fugir de casa e hoje vivo com a minha tia. A minha tia é que me apoia em tudo inclusive na compra de material escolar. Na escola participo do clube da rapariga onde aprendo muita coisa sobre a Educação da rapariga e já participei na conferência nacional da rapariga na província de Nampula. Foi através das actividades do projecto ADIRA que entendi que a Educação é muito importante para uma menina e só através dela posso realizar os meus sonhos”.