AESMO defende que as escolas falem abertamente sobre a sexualidade

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Em virtude do Seminário de Reflexão sobre Educação Sexual Abrangente nas Escolas realizado no dia 14 de Abril na Cidade de Maputo, sob iniciativa do MEPT, Right To Play e Plan International, Jovens da Associação dos Estudantes Secundário de Moçambique, apelam que os temas sobre sexualidade sejam abordados com profundidade a nível das escolas, pois no seio familiar não são devidamente abordados. Os jovens acreditam que a escola tem um papel relevante para melhor orientar os jovens, visto que, há muita informação não credível nas redes sociais, que pode levar esta camada a um futuro desastroso.

Moçambique, através do sector de educação, introduziu conteúdos sobre educação sexual abrangente no currículo de formação do professor e no currículo do ensino primário, cuja metodologia de abordagem é transversal em todas as disciplinas e igualmente foi elaborado um manual metodológico de educação sexual abrangente para professores do 1º e 2º ciclos do ensino primário.

No entanto, o MINEDH, através do INDE fez saber em uma das suas entrevistas a STV que, o novo manual da 7ª classe que está em revisão não abordará temas sobre a sexualidade. Essa declaração levou os participantes a questionarem ao MINEDH os porquês da retirada. Em reação ao questionamento, a Directora Nacional do Ensino Secundário, Gina Guibunda, clarificou que “o conteúdo não será retirado, mas sim, será abordado de outra maneira, tendo em conta a idade das crianças”. Clarificou

Para a Consultora de gênero na Pathfinder, Mwema Uaciquete, “a sexualidade é um tema que deve fazer parte do quotidiano dos adolescentes, porque falar da sexualidade não significa falar propriamente do sexo, há vários assuntos que podem ser abordados na Educação Sexual Abrangente e que podem orientar os jovens a tomarem decisões assertivas”.

A Saúde Sexual e Reprodutiva constitui uma prioridade na prestação de cuidados de saúde pelo Governo de Moçambique, nesse contextovárias iniciativas vem sendo implementadas no País desde o mais alto nível de direção, a destacar a iniciativa Presidencial para a Saúde da Mulher e da Criança, onde todos os segmentos da sociedade moçambicana foram chamados para se envolverem na busca de soluções para responder à problemática da saúde da mulher e da criança no País.

Moçambique, através dos Ministérios da Educação e Desenvolvimento Humano e da Saúde, assumiu em 2013 o compromisso ministerial sobre educação sexual abrangente e serviços de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes e jovens. O compromisso ministerial do ESA é uma aliança cujo surgimento é uma resposta aos desafios e experiências vividas pelos adolescentes e jovens dos 10 aos 24 anos de idade na África Oriental e Austral. Este grupo alvo enfrenta muitos desafios concernentes à saúde sexual, com destaque para gravidez precoce e indesejável, uniões prematuras, violência sexual e baseada no género, discriminação e acesso limitados os serviços de saúde de qualidade e infecções transmitidas sexualmente, incluindo o HIV.