“Antes de fazer parte do clube da rapariga, acreditava que teria o mesmo destino das outras raparigas do povoado”

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Telma Calisto tem 12 anos, está na 8ª classe na Escola Secundária Geral de Mutepua. Os seus pais são camponeses e Telma é a única, dos cinco irmãos, que teve a oportunidade de participar no clube da rapariga, do projecto ADIRA.

Para ela, a oportunidade mudou sua vida: “foi graças a este clube que passei a ter uma outra visão em relação ao meu futuro, pois até então eu acreditava que o meu final seria semelhante ao de várias outras raparigas do povoado de Napetxé, que casaram antes dos 18 anos, e poucas tiveram a sorte de continuar com os estudos”. Telma acrescenta que, por meio do clube da rapariga passou a ter informações essências para decidir sobre o seu futuro; é ali onde conheceu os seus direitos e deveres. Ela sonha em ser professora e poder ensinar os seus pais a escrever.

Para o alcançar o sonho, ela já não pretende casar-se antes dos 18 anos, tal como algumas de suas amigas que deixaram de estudar porque os seus maridos lhes negam esse direito. Mesmo sendo filha de pais camponeses, a adolescente não desiste dos seus sonhos. Quando necessário, ajuda os pais na machamba, pois é de lá onde vem o dinheiro para comprar material escolar.

Sempre que pode, Telma encoraja as suas amigas a voltarem para escola: “eu tenho aconselhado minhas amigas a continuarem com os estudos, porque o facto de elas tornarem-se mães não significa que tudo está perdido”