Alunos da zona sul são os que mais se beneficiam do valor do ADE
O Movimento de Educação Para Todos realizou, de 06 a 07 de Maio, em todas capitais provinciais as comemorações da Semana de Acção Global de Educação Para Todos, sob lema “Tornando uma realidade o direito a uma educação justa, inclusiva, de qualidade, acessível e pública”.
Este ano, o evento foi marcado de debates envolvendo estudantes universitários, membros do Fórum de Pessoas com Deficiência, alunos de diferentes escolas secundárias e participação em programa
televisivos e radiofónicos.
Durante a cerimónia de abertura a nível da província de Maputo, a representante dos parceiros de cooperação Marina Bassi afirmou que, as escolas da região sul recebem maior valor do Apoio Directo às Escolas (ADE) em relação das outras regiões, apelando assim, ao Ministério de Economia e Finanças a definir novos critérios de alocação orçamental no que refere a despesas por aluno.
Cientes do contexto em que se comemora a Semana de Acção, devido a magnitude dos estragos deixados pelos ciclones Idai e Kenneth, o presidente do MEPT, Gabriel Sitefane enfatizou que é importante salvaguardar-se o direito à educação da criança mesmo em situações de emergências, para tal é importante impulsionar as estratégias existentes a curto, médio e longo prazo de modo a que nenhuma criança fique de fora.
Os guardas não nos protegem como devem”
Ainda no âmbito das comemorações da Semana de Acção Global de Educação Para Todos, o MEPT, em parceria com a Associação dos Estudantes Secundários de Moçambique e a Associação Horizonte Azul, realizaram no dia 07 de Maio na escola secundária Noroeste II um debate sobre o Direito à Educação.
Durante o evento, os alunos afirmaram que, as escolas não são seguras porque algumas não dispõem de muro e os guardas tão pouco zelam pela segurança. “O guarda da minha escola é um velho, nem se quer consegue correr atrás de ladrão. Muitos entram e saem como se não tivéssemos guarda”. Disse Salomão Alfeu, da Escola Secundária Santo António.
Os estudantes foram ainda mais longe ao frisarem que, a educação não é usufruído de igual modo por todos, porque as escolas não reúnem condições para o processo de ensino e aprendizagem, a qualidade da formação dos professores ainda é baixa, elevado índice de corrupção e o assédio são alguns factores que colocam em causa o direito à educação no país.
Em continuidade das comemorações da SAGEPT, o MEPT levou a cabo no dia 09 de Maio, mais um debate envolvendo pessoas com deficiência de diferentes organizações, e plataformas. Segundo o representante do Fórum das organizações Moçambicanas de pessoas com deficiência (FAMOD), Cantol Pondja, ainda há um trabalho de sensibilização e de consciencialização da comunidade sobre a importância de levar uma criança com deficiência a escola, porque ainda há tabus em torno a deficiência.
O interlocutor foi ainda mais longe ao afirmar que o sistema de Educação no país não tem capacidade de acolher especificidade de deficiências.