ES de Chiguivitane regista mais de 10 casos de gravidez nos primeiros Seis meses do ano lectivo

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São no totais 13 adolescentes com idades compreendidas entre 14 aos 19 anos, que contraíram a gravidez no primeiros Seis meses do ano lectivo de 2022 na escola Secundária de Chiguivitane, província de Gaza distrito de Manjacaze.

Estes dados foram partilhados pelo Director Adjunto do 1º Ciclo, Rodrigues Novela durante as visitas de monitoria às escolas, realizadas nos dias 28 e 29 de Setembro, pelo MEPT, ACAMO, UDEBA-LAB e a Madre Corage no âmbito do projecto Mulher, Jovens, Raparigas e Pessoas com deficiência liderando a transformação social, também designado por M44, financiado pela União Europeia.

Segundo o Director da escola, é frequente ver no período do ano lectivo adolescentes grávidas, mesmo com intervenções de algumas organizações da sociedade civil que fazem campanhas de sensibilização na área de saúde sexual reprodutiva. “O FDC capacitou os pontos focais de gênero e saúde escolar em diferentes matérias ligadas a juventude, assim como tem ministrado palestras aos jovens e adolescentes daqui da escola sobre saúde sexual e reprodutiva para reduzir os casos de gravidezes e contaminações por ITS incluindo o HIV”. Disse o Director, acrescentado que, normalmente as raparigas contraem a gravidez durante o período de férias.

Durante a nossa visita, foi possível verificar pelo menos 4 raparigas nesta situação. Luisa Padil (nome fictício) de 14 anos de idade, que se encontra grávida de 6 meses foi uma das nossas entrevistas. Segundo a adolescente, a escola tem feito palestras, mas não de forma recorrente. Quando questionada qual era a idade do homem que a engravidou, com o rosto voltado ao chão, e meio que envergonhada, respondeu que o mesmo tem 15 anos, e de momento encontra-se a trabalhar em Maputo para poder custeá-la, assim como a criança que ambos esperam. Durante a nossa conversa algumas expressões chamaram a nossa atenção, Luisa chamava o adolescente que a engravidou de marido, o que mostra falta de conhecimento da lei das Uniões prematuras, lei 19/2019.

Em conversa com os membros de Conselho de Escola, para saber o que têm feito para reduzir os casos de gravidezes, uniões prematuras e violência nas escolas, os mesmos foram unânimes em afirmar que fazem o seu trabalho, no entanto, reconhecem que podem fazer muito mais, de modo a reduzir os casos de gravidezes e uniões prematuras.

Em relação ao seu envolvimento na gestão escolar, alguns conselhos de escola são funcionais e outros precisam ser revitalizados e capacitados.

Ainda no âmbito da visita, que não sou abrangeu a província de Gaza, mas também de Inhambane, constatou-se que, algumas escolas secundárias, não receberam a 2ª tranche do valor de Apoio Directo às Escolas (ADE), a Secundária Chiguivitane não recebeu nenhuma das tranches, as infraestruturas escolares, na sua maioria as primárias são construídas de material local, os sanitários não são inclusivos.